sábado, 26 de julho de 2008

Fim da caspa e da queda de cabelo

O temido trio queda, caspa e oleosidade pode ser melhor combatido pelos homens com os produtos certos. O primeiro passo é distinguir os tipos de cabelo e os tratamentos disponíveis para cada problema.

ASSIM COMO A PELE, o cabelo requer cuidados especiais de acordo com tipo e características próprias. Essa regra, bastante seguida pelas mulheres, não é exceção para o público masculino. Em alguns casos, os fios necessitam que seu pH natural seja reequilibrado para evitar oleosidade, caspa e queda, distúrbios comuns por conta das diferenças da ação hormonal masculina em relação à feminina. Exfoliações do couro cabeludo e massagens realizadas com produtos à base de menta para ativar a circulação sangüínea estão entre os procedimentos mais usados nos salões e em casa para combater essas anomalias.

Alguns hábitos masculinos, como usar boné, podem contribuir para o surgimento do excesso de oleosidade, caspa e tendência à queda. Dormir com os fios molhados, se expor muito ao sol e ao stress também são fatores que agravam a produção de óleo pela glândula sebácea. “O boné protege do sol, mas abafa, portanto, o ideal é usar protetor solar capilar”, diz a terapeuta capilar Sheila Bellotti, do Rio de Janeiro. Outro ponto comum é o fato de muitos homens só molharem o cabelo e não lavá-lo, talvez por já ter feito isso pela manhã, por exemplo. Segundo a médica, é um equívoco, pois a poluição existe mesmo dentro de casa. “Como a produção de óleo continua, molhar os fios apenas mistura todos esses ingredientes, o que é um grande proliferador de fungos e bactérias”, completa.

O hairstylist Neandro Ferreira, também do Rio de Janeiro, alerta sobre a importância da análise detalhada das madeixas por um bom cabeleireiro, antes mesmo de lavar ou pegar nas tesouras. “Avaliar tipo de cabelo, textura, forma do rosto, estilo de vida e necessidades do cliente é fundamental para que se alcance o melhor resultado possível de acordo com suas particularidades”, explica.

A boa notícia é que há tratamento e prevenção para todos esses distúrbios. Alguns deles podem ser resolvidos no salão, outros precisam de acompanhamento médico.
Excesso de oleosidade
É a maior produção de óleo pelas glândulas sebáceas do couro cabeludo. Na tentativa de manter a quantidade de calor equilibrada, as mudanças bruscas de temperatura promovem o aumento da transpiração e também da gordura, uma das proteções naturais da pele. “Isso pode provocar oleosidade excessiva e seborréia, o que em breve causará, sem sombra de dúvidas, a queda”, explica a terapeuta capilar Sheila Bellotti.

Higienizar o couro cabeludo, usar fórmulas à base de ativos que controlem a fabricação de óleo, equilibrem o pH e nutram o bulbo são boas medidas para combater o excesso de oleosidade. “É importante que os produtos sejam de qualidade e com agentes específicos para limpar a região, como betaína, argilas verde e branca, zinco, extrato de hera e de laranja”, observa Sheila.

Os homens com rarefação ou redução da quantidade de cabelo podem apresentar aumento de oleosidade. “Como os fios são uma proteção, sem eles ou com sua diminuição, o organismo defende-se produzindo mais óleo”, diz a especialista. Para a calvície, no caso de hereditariedade, tanto no homem quanto na mulher, a produção de DHT (dihidrotestosterona), que se dá pelo hormônio testosterona e pela enzima 5-alfa-redutaze encontrada em abundância na glândula sebácea, eleva a produção de gordura.
Caspa e seborréia
A caspa é a descamação esbranquiçada do tecido do couro cabeludo. Sua intensificação chama-se seborréia (ou dermatite seborréica) e inclui inflamações e lesões avermelhadas que podem atingir outras áreas e não só o couro. O elemento desencadeante da caspa ainda não foi comprovado. No entanto, sabe-se que ela é bastante suscetível às mudanças bruscas ou constantes de temperatura. Stress, alterações hormonais, no caso dos homens, o excesso de testosterona aumenta a atividade da glândula sebácea; exposição excessiva a altas temperaturas, excesso de químicas, utilização inadequada de produtos, processos alérgicos também são fatores que ocasionam o problema.

Sheila Bellotti explica que no organismo há vários fungos e bactérias convivendo em quantidades e situações ideais sem afetar a saúde. Mas, quando essa cadeia se desarmoniza, podem ocorrer vários problemas, entre eles, a caspa. “Ela é ocasionada pelo fungo pityrosporum ovale, que vive normalmente no couro cabeludo mas, se produzido em grande quantidade, acaba provocando irritação e descamação”. A médica acrescenta que a seborréia está diretamente ligada à queda. “Apesar de não ser a única causa, é um dos fatores importantes para desencadear o problema”, revela.

Hoje existem várias formas de detectar e tratar caspa e seborréia. Exames e avaliações, terapias com uso de substâncias de última geração que controlam o processo, equipamentos que auxiliam a remoção do sebo e reduzem o prurido. “A utilização de LLLT (Laser de Baixa Tensão) tem se mostrado eficaz nos tratamentos dos processos seborréicos. Existem muitos estudos em busca de fórmulas e maneiras de solucionar esse mal que, apenas no Brasil, segundo pesquisas recentes, acomete cerca de 54% da população com faixa etária produtiva, de 20 a 50 anos, pelo menos uma vez por ano”, ressalta a especialista.
Queda
Ocasionada pela redução do metabolismo das células da raiz do cabelo, que é provocada pelo hormônio masculino chamado deidrotestosterona e conhecido na área médica como DHT. O cabelo nasce mais fraco, curto e fino, com qualidade inferior. Stress e dermatites, além da inflamação do couro cabeludo, causada pelo excesso de óleo, também provocam a queda. As conseqüências vão desde branqueamento dos fios até calvície (alopecia). Há também a calvície rarefeita, que deixa a cabeleira mais rala.

O médico tricologista Dr. Ademir Jr., de São Paulo, ressalta que há pesquisas com células-tronco que já estão dando bons resultados. Ele cita ainda algumas medicações. “Sabe-se que o Minoxidil funciona, mas desconhece-se como isso acontece exatamente e nem o porquê. É um ativo dilatador que aumenta a circulação do sangue no couro cabeludo e a proliferação das células da raiz, fazendo com que os fios cresçam”, diz. Ainda de acordo com Dr. Ademir, outro ativo aprovado é a Finasteride ou Finasterida, em forma de comprimido. “O nome comercial é Propécia ou Finalop. Sua ação inibe a produção da deidrotestosterona, prevenindo a queda. Há também o Alfa-estradiol, cujo nome comercial é Avicis. Funciona como a Finasterida com a diferença de que é em loção”, observa. Em conjunto com os remédios pode ser adotada suplementação nutricional vitamínica, que deixa os fios fortalecidos. Há ainda terapias capilares, feitas com massagens e aparelhos a laser de baixa freqüência, que estimulam o couro cabeludo. “Estudos comprovam que esses métodos efetivos”, diz o médico.

A supervisora técnica do Studio Wella em São Paulo, Alessandra Meller, aponta como aliados no combate à queda produtos que combinem cafeína, que estimula a circulação sangüínea; biotina, que otimiza a queratinização; acido láurico para proteger a raiz, e vitaminas “Esses ativos melhoram e fortalecem a estrutura capilar”, explica.

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