sábado, 24 de maio de 2008

Falsas ilusões no emagrecimento

Um bom desempenho nas atividades diárias exige um corpo em boa forma física, uma percepção mais aguçada da realidade e ações mais conscientes e menos mecânicas. Se essas condições estiverem presentes, o desempenho no trabalho, com os amigos e com familiares melhorará naturalmente.


Quem está comprometido com um programa de reeducação alimentar precisa evitar algumas falsas idéias que costumam surgir no do dia-a-dia. Falsas idéias são ilusões que devem ser desmistificadas para que o objetivo de emagrecer se concretize.

Emagrecimento duradouro não combina com alimentação sem prazer e nem com guerras diárias contra o desejo e a gula. Por isso, a reeducação é acima de tudo um processo contínuo, através do qual a pessoa incorpora hábitos saudáveis progressivamente, os quais deverão ser mantidos de
forma consciente e prazerosa.


Muitas pessoas acreditam que os seus problemas desaparecerão quando perderem alguns quilos extras. Essa ilusão pode causar uma grande confusão. É verdade que a perda de peso melhora a saúde, a auto-estima e a qualidade de vida. Os benefícios para o corpo são visíveis, com aumento da disposição e do bem estar. Entretanto, quando os problemas estão relacionados a fatores emocionais, apenas emagrecer não resolve.
“Emagrecimento duradouro não combina com alimentação sem prazer e nem com guerras diárias contra o desejo e a gula ”


É ilusão pensar que o emagrecimento poderá ser a solução para um casamento já desgastado por conflitos, ou que abrirá portas para fazer amizades facilmente, se existirem fatores emocionais impedindo que isso aconteça.

O emagrecimento é muito importante e traz grandes benefícios, mas não é a solução para todos os problemas. É ilusão achar que basta apenas determinação para a balança mostrar os números desejados, apesar de ser indiscutível o papel da força de vontade para conseguir o peso desejado e um corpo mais saudável.

A determinação permite resistir a um bolo trufado de chocolate (milhões de calorias). Entretanto, só força de vontade não é suficiente para adotar a reeducação alimentar como um hábito constante. É preciso também estar sinceramente convencido da importância de emagrecer e conhecer a composição dos nutrientes para poder utilizar uma alimentação balanceada.

Apenas “fechar a boca” poderá ser desgastante e gerar frustrações no futuro. Promessas difíceis de cumprir também produzem frustrações e podem fazer a pessoa desistir dos seus objetivos. Metas realistas e de curto prazo são mais estimulantes e incentivadoras quando inseridas num contexto mais amplo.

Pessoas que praticam atividades físicas às vezes acreditam que podem colocar mais calorias no prato. Malhar e depois se “presentear” com um brigadeiro pode pôr a perder todo seu esforço para emagrecer. O gasto calórico resultante da atividade física é normalmente superestimado, enquanto as calorias obtidas pela alimentação são subestimadas. Seguir um programa alimentar correto não exclui a necessidade de praticar exercícios, assim como as atividades físicas não dispensam o cuidado com a alimentação. Alimentação e exercícios físicos devem caminhar juntos e estar de acordo com as necessidades de cada pessoa.

Outra ilusão muito comum, e que constitui uma verdadeira armadilha, é abandonar a reeducação alimentar em situações que fogem da rotina. Aniversários, feriados, festas familiares, encontros com amigos ou finais de semana podem se transformar em pretexto para exagerar em tentações que irão comprometer o objetivo de emagrecer. É necessário dizer não para ofertas muito calóricas e também para os amigos que dizem que um dia só não faz mal.

Para alcançar o objetivo de ter o peso desejado e conquistar um corpo saudável, é preciso abandonar as falsas ilusões e os pensamentos errados de algumas pessoas que imaginam estar fazendo reeducação alimentar, quando na realidade estão apenas se iludindo.


Coluna assinada por:
Flávia Leão Fernandes
CRP 06/68043
Psicóloga clínica, Mestre em Psicologia pela Universidade de Londres, Inglaterra e especialista em Psicologia Hospitalar
com enfoque em obesidade.

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