da Folha de S.Paulo
Uma nova pesquisa, apresentada no encontro anual da ACNP (sigla em inglês para colégio americano de neurofarmacologia) na última semana, mostrou que adotar um padrão regular de sono e criar uma rotina para as atividades diárias pode ser benéfico para quem tem transtorno bipolar --uma desordem psíquica associada a mudanças bruscas de humor.
De acordo com os pesquisadores, enquanto as pessoas sem a desordem se recuperam facilmente após uma noite mal dormida, por exemplo, os portadores do transtorno seriam mais vulneráveis a esse tipo de alteração.
Isso porque o distúrbio parece ser altamente influenciado pelo ritmo circadiano --o "relógio biológico", que regula o horário da fome e do sono, por exemplo-- e mudanças nesse ciclo poderiam agravar os sintomas.
Ellen Frank, professora de psicologia e psiquiatria na escola de medicina da Universidade de Pittsburg (EUA), avaliou 175 adultos com transtorno bipolar. Além de tomar remédios, eles foram submetidos a dois tipos de tratamento: o primeira era uma terapia voltada para o restabelecimento do ritmo circadiano, em que os pacientes monitoravam a regularidade de suas atividades diárias; o segundo era um acompanhamento clínico com foco no gerenciamento das alterações de humor e dos efeitos colaterais da medicação.
O estudo constatou que os pacientes que participaram da terapia para ajustar seus "relógios biológicos" ficaram mais tempo sem novos episódios de depressão e de mania.
Em outro estudo apresentado no mesmo encontro, pesquisadores do Southwest Medical Center, da Universidade do Texas, constataram que os genes que controlam o ritmo circadiano em camundongos também regulam a atividade cerebral ligada à dopamina --um neurotransmissor relacionado à motivação e à emoção. Nos camundongos em que esses genes sofriam alterações, os pesquisadores observaram um comportamento parecido ao da fase da mania no transtorno bipolar.
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