domingo, 24 de agosto de 2008

Hebe Camargo


A majestade da TV brasileira


Por Elisa Duarte


Estréia em Taubaté

Crédito: Paulo Salomão

Coincidência ou não, Hebe Camargo nasceu em março de 1929, década em que a televisão dava seus primeiros passos, suas primeiras transmissões a longa distância. Seu pai, violinista, trabalhou e um cinema de Taubaté até 1943, ano em que levou a família para São Paulo. Na capital, tornou-se músico da orquestra da rádio difusora.
Rosalinda e Florisbela

Crédito: J. Ferreira da Silva

Fã de Carmem Miranda, Hebe Maria Camargo, cantou o repertório da diva nas rádios paulistas. Premiada como caloura logo foi contratada pela rádio Tupi, junto com a irmã Stela e as primas Maria e Helena, época em que formavam o quarteto Dó Ré Mi Fá. Dois anos depois, Hebe e sua irmã lançaram a dupla caipira Rosalinda e Florisbela. A onda sertaneja durou pouco. Em carreira solo, Hebe começa a ser chamada de Estrelinha do Samba. Consagrada, gravou uma homenagem à Carmem.
Trio Parada Dura

Crédito: Paulo Salomão

Hebe é fiel à suas amizades. Sua amiga mais antagônica é a cantora Rita Lee. Da década de 40, traz amizades como a de Lolita Rodrigues com quem contracenou em 1949 no filme Quase no Céu, de Oduvaldo Vianna. Em 1951, ela atuou com Nair Belo (1931-2007) em Lia, A Pecadora, ambos filmados em preto e branco. No cinema também trabalhou com Mazzaropi, Walter Avancini e Antônio Tibiriçá
É Cor de Rosa Choque! - primeiro programa feminino da TV brasileira

Crédito: NELLIE SOLITRENICK

Da rádio para TV Tupi, a cantora e atriz foi uma das pioneiras da tevê. Em 1955, apresentou o primeiro programa feminino do país, O Mundo é das Mulheres, criado e dirigido por Walter Forster. O programa foi vencedor do prêmio de maior prestígio da época, o troféu Roquete Pinto.
''Me sinto o Pelé da televisão''

Crédito: NELLIE SOLITRENICK

Em seu milésimo programa, foi entrevistada por suas convidadas, entre elas, Adriane Galisteu, sua fã declarada. ''Existem momentos inexplicáveis. Só a batida fortíssima no coração, que estou sentindo, para poder agradecer todo esse carinho que hoje recebo'', disse ao entrar no estúdio. Hebe terminou a noite cantando Como Vai Você, de Roberto Carlos. ''Há 20 anos pisei neste palco. Pretendo terminar a minha carreira aqui no SBT'', disse na ocasião.
Selinho

Crédito: Divulgação

Irreverente e expansiva, a apresentadora adora inventar moda e jargões. A última e ainda permanente é a de beijar com um selinho seus convidados. Virou costume. Os artistas querem o selinho da Hebe, pedem seu beijo. Ela gosta. Ás vezes capricha mais, outra menos. Na foto, um selinho com gosto de beijo na boca no cantor Fabio Jr.
''Quero morrer no palco''

Crédito: Cida Souza

''Já disse várias vezes, em meu programa, que adoraria morrer no palco. Cair dura no palco. A atriz Cacilda Becker morreu no palco (em 1969), fazendo a peça Esperando Godot. Eu acho que isso seria uma glória! Meu público é a minha vida. Meu trabalho é a minha vida'', disse emocionada em entrevista à Contigo!
Fé em Deus

Crédito: Daniela Toviansky

Hebe é devota de São Judas Tadeu e de Nossa Senhora Aparecida. Religiosa, reza em qualquer lugar. Nunca viaja sem levar na bagagem a imagem de seus santinhos. Acredita na força da fé nos momentos difíceis e também que os santos são um elo entre as pessoas e Deus.
Os amores de sua vida

Crédito: Paulo Salomão

Hebe admite ter sido submissa na relação com seu primeiro marido, Décio Capuano, pai de seu filho Marcello. Em entrevista disse que os homens não gostam de saber que a mulher não depende dele. É fato, quando casou pela primeira vez chegou a interromper a carreira por dois anos. Em seu retorno a TV, em 1966, bateu recorde de audiência ao entrevistar Roberto Carlos, sua eterna paixão. Sua união com Décio acabou em 1971. Dois anos mais tarde, conheceu Lélio Ravagnani, com quem viveu até 2000, quando ele faleceu.

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